Sem posto de saúde, coleta regular de lixo dentro do residencial, uma creche e escola para as crianças, os moradores dizem que se sentem abandonados pelo poder público. As unidades habitacionais não tem passeios e em algumas delas os quintais acumulam água que invadem os apartamentos.
Ney SilvaOs moradores do Residencial Santa Bárbara, condomínio do programa Minha Casa, Minha Vida do Governo Federal estão insatisfeitos com a desatenção da Caixa Econômica Federal e da FM Construtora que fez o empreendimento. Eles ameaçam suspender o pagamento das prestações. O condomínio, localizado no bairro Mangabeira tem 380 unidades mas só 205 estão ocupadas.
A falta de infra-estrutura das ruas e a ausência de serviços públicos como escolas, postos de saúde e transporte mais eficiente resultaram em um protesto nesta segunda-feira(16).
A líder comunitária Ronilda da Silva Machado Benevides vem lutando em defesa dos moradores do residencial. Ela conta que em quase todos os apartamentos há problemas da infra-estrutura. " São casas com forros desabando, cercas mal acabadas entre outras situações", afirmou. Segundo ela, a Caixa Econômica Federal teria garantido aos moradores que colocaria uma empresa dentro do conjunto para fazer reparos e até agora isso não aconteceu.
Diante dessa situação explica Ronilda, os moradores decidiram protestar e vão deixar de pagar as prestações cujos valores estão entre R$ 50,00 a 160,00. " Estamos irredutíveis. Contratamos até um advogado e se for necessário vamos abrir um processo", afirmou.
Sem posto de saúde, coleta regular de lixo dentro do residencial, uma creche e escola para as crianças, os moradores dizem que se sentem abandonados pelo poder público. As unidades habitacionais não tem passeios e em algumas delas os quintais acumulam água que invadem os apartamentos.
Diferente de outros condomínios, o Santa Bárbara está com a pavimentação incompleta. As ruas á paralelepípedos não suportam a entrada de carros grandes. Por causa dessa situação a coleta de lixo está prejudicada. Cada morador tem que colocar o lixo em caixas coletoras na entrada do empreendimento.
A dona de casa Cristiane Alves dos Santos reclama da estrutura do forro de PVC do apartamento onde mora. Ela informou que o forro de um dos quartos desabou quando a mãe dela dormia. Para resolver a situação teve que pedir apoio a um vizinho que recolocou o forro.Com receio de um novo susto ela está dormindo na sala e teve que isolar o outro quarto que também está com o forro danificado.
Além dos problemas de infra-estrutura, os moradores também estão preocupados com os preços exorbitantes das contas de água e luz. O Santa Bárbara é ocupado principalmente por mulheres solteiras, divorciadas e separadas. Elas sobrevivem do programa Bolsa Família do Governo Federal. A renda é muito baixa e não chega a um salário mínimo.
Por causa dos problemas de infra estrura nas redes de água e de energia, os recibos estão com valores altos para o padrão de vida dos moradores. Tem conta de água superior a R$ 200,00. Conta de luz de até R$ 100,00. Devido as condições financeiras dos moradores que não tem como resolver a situação o fornecimento desses serviços está ameaçado.
A dona de casa Leisandra Moreira diz ter recebido o apartamento com os canos de água danificados. Ela explica que a água ficava jorrando na rua. Agora está com um grande problema para resolver. As contas chegaram com valores muito elevados.
A estudante Eliana de Jesus da Silva mora\com o os pais e um irmão. Ela também se queixa das contas de água e luz. Em uma delas a Embasa está cobrando R$ 209,00. A conta de luz chegou com valor de R$ 100,00. Ela diz que não tem como pagar e pode ficar prejudicada.
A grande questão agora é saber quem vai ser responsabilizado por entregar um residencial sem condições de habitabilidade. A pressa para entregar a obra foi tão grande que o empreendimento não tem acesso oficial. O local onde deveria ser a entrada é um grande barranco. Os moradores improvisaram uma guarita de madeira e papelão a 100 metros do futuro acesso.
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