segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Moradores do residencial Santa Bárbara ameaçam suspender pagamento de prestações

Sem  posto de saúde, coleta regular de lixo dentro do residencial,  uma creche e escola para as crianças, os moradores dizem que se sentem abandonados pelo poder público. As unidades habitacionais não tem passeios e em algumas delas os quintais acumulam água que invadem os apartamentos.
Ney Silva


Os moradores do Residencial Santa Bárbara, condomínio do programa Minha Casa, Minha Vida do Governo Federal estão insatisfeitos com a desatenção da Caixa Econômica Federal e da FM Construtora que fez o empreendimento. Eles ameaçam suspender o pagamento das prestações. O condomínio, localizado no bairro Mangabeira tem 380 unidades mas só 205 estão ocupadas.
A falta de infra-estrutura das ruas e a ausência de serviços públicos como escolas, postos de saúde e transporte mais eficiente resultaram em um protesto nesta segunda-feira(16).
A líder comunitária Ronilda da Silva Machado Benevides vem lutando em defesa dos moradores do residencial. Ela conta que em quase todos os apartamentos há problemas da infra-estrutura. " São casas com forros desabando, cercas mal acabadas entre outras situações", afirmou. Segundo ela, a Caixa Econômica Federal teria garantido aos moradores que colocaria uma empresa dentro do conjunto para fazer reparos e  até agora isso não aconteceu.


Diante dessa situação explica Ronilda, os moradores decidiram protestar e vão deixar de pagar as prestações cujos valores estão entre R$ 50,00 a 160,00. " Estamos irredutíveis. Contratamos até um advogado e se for necessário vamos abrir um processo", afirmou.


Sem  posto de saúde, coleta regular de lixo dentro do residencial,  uma creche e escola para as crianças, os moradores dizem que se sentem abandonados pelo poder público. As unidades habitacionais não tem passeios e em algumas delas os quintais acumulam água que invadem os apartamentos.
Diferente de outros condomínios, o Santa Bárbara está com a pavimentação incompleta. As ruas á paralelepípedos não suportam a entrada de carros grandes. Por causa dessa situação a coleta de lixo está prejudicada. Cada morador tem que colocar o lixo em caixas coletoras na entrada do empreendimento.
A dona de casa Cristiane Alves dos Santos reclama da estrutura do forro de PVC do apartamento onde mora. Ela informou que o forro de um dos quartos desabou quando a mãe dela dormia. Para resolver a situação teve que pedir apoio a um vizinho que recolocou o forro.Com receio de um novo susto ela está dormindo na sala e teve que isolar o outro quarto que também está com o forro danificado.


Além dos problemas de infra-estrutura, os moradores também estão preocupados com os preços exorbitantes das contas de água e luz. O Santa Bárbara é ocupado principalmente por mulheres solteiras, divorciadas e separadas. Elas sobrevivem do programa Bolsa Família do Governo Federal. A renda é muito baixa e não chega a um salário mínimo. 


Por causa dos problemas de infra estrura nas redes de água e de energia, os recibos estão com valores altos para o padrão de vida dos moradores. Tem conta de água superior a R$ 200,00. Conta de luz de até R$ 100,00. Devido as condições financeiras dos moradores que não tem como resolver a situação o fornecimento desses serviços está ameaçado.
A dona de casa Leisandra Moreira diz ter recebido o apartamento com os canos de água danificados. Ela explica que a água ficava jorrando na rua. Agora está com um grande problema para resolver. As contas chegaram com valores muito elevados.
A estudante Eliana de Jesus da Silva mora\com o os pais e um irmão. Ela também se queixa das contas de água e luz. Em uma delas a Embasa está cobrando R$ 209,00. A conta de luz chegou com valor de R$ 100,00. Ela diz que não tem como pagar e pode ficar prejudicada.


A grande questão agora é saber quem vai ser responsabilizado por entregar um residencial sem condições de habitabilidade. A pressa para entregar a obra foi tão grande que o empreendimento não tem acesso oficial. O local onde deveria ser a entrada é um grande barranco. Os moradores improvisaram uma guarita de madeira e papelão a 100 metros do futuro acesso.

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