Ney Silva
O Hospital
Estadual da Criança (HEC) vem enfrentando dificuldades no acolhimento de
crianças transferidas de várias cidades da Bahia para Feira de Santana. Durante
sessão especial realizada na manhã da última sexta-feira (27), na Câmara
Municipal para debater o atendimento pediátrico na cidade, o coordenador da UTI
(Unidade de Terapia Intensiva) Neonatal, Gervásio Santos fez uma denúncia gravíssima.
Segundo ele,
crianças que são transportadas por ambulâncias de prefeituras de cidades da
micro e até da macro-região de Feira de Santana estão chegando ao HEC em estado
grave e em algumas oportunidades morrem na estrada.“ recebemos pacientes da
Bahia inteira e eles chegam mais complicados do que um paciente que nasce em
Feira de Santana”, afirmou.
Garvásio
Santos informou que essa complicação se dá pelo fato das crianças nascerem em locais
onde não existem pediatras, obstetras ou nem mesmo uma enfermeira capacitada
para fazer o atendimento. Segundo o médico muitos desses pacientes precisam de um
cuidado intensivo. “Se uma criança nasce de forma prematura, asfixiada e não é
reanimada ou oxigenada em 20 segundos pode sofrer sequelas para o resto da vida”,
disse.
O médico explicou
ainda que um dos problemas que prejudica o atendimento ás crianças é o transporte
até o hospital.“ Mandam o paciente em
uma ambulância simples, sem oxigênio e sem acompanhamento . Essa criança já
chega em péssimas condições e ao invés de ter um internamento de 48 ou 72 horas
acaba ficando dez, trinta ou até sessenta dias ou mais”, observa Gervásio.
Segundo ele, essa situação além de agravar o quadro de saúde das crianças levando-as
á morte aumenta a taxa de permanência. Ele citou o caso de crianças que precisam
fazer uma hiperfuração anal( anus sem orifício) cujo período deve ser de
preferência nas primeiras 24 horas após o nascimento.“ Já recebemos aqui crianças
no quarto ou quinto dias de nascimento porque não foi detectado que existe esse
problema e que precisa ser corrigido” disse.
Solução
Para acabar
com esse problema, Gervásio Santos defende que as prefeituras municipais
realizem a capacitação de profissionais e construa hospitais. Ele disse que a
falta de recursos humanos tem sido um problema na Bahia e no Brasil inteiro.
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