Ney Silva
Professores da rede estadual de ensino em greve há quase 80 dias participaram na manhã desta quinta-feira (28), de uma sessão especial na Câmara de vereadores. Eles lotaram a galeria para ouvir os discursos de representantes da APLB, de vereadores e do deputado Targino Machado.
O presidente da APLB-Feira Germano Barreto lamentou a ausência de um representante do estado na sessão especial. Sobre a possibilidade da greve acabar depois do dia 2 de Julho, o dirigente da entidade disse que não passa de mais uma história. " Botaram data, tiraram data e os professores continuam firmes na resistência", afirmou.
Durante pronunciamento o deputado estadual Targino Machado informou que devido o estresse a que estão submetidos, sem dinheiro até para comprar medicamentos, seis professoras já morreram vitimas de infarto. Ele fez duras críticas ao governador jaques Wagner e o chamou de "traidor".
A professora Nadja Sampaio que integrou a comissão de professores para participar da sessão especial destacou que é preciso saber qual é o país que as pessoas querem ter.“ É um país de faz de contas. Onde as leis ficam no papel ou onde as leis são cumpridas?”, questiona. Ele lembrou que quando se elege um político se tem a expectativa que pelo menos as leis sejam cumpridas.
Segunda Nadja a lei do piso é muito clara. Estabelece que a cada janeiro os professores tem direito a um aumento salarial. Alem do piso também diz que aposentados e pensionistas não devem ser prejudicados. Mas segundo a professora o governo está indo de encontro á lei.
Ela esclarece que a proposta de 7 por cento em novembro não vai contemplar aposentados e pensionistas.No caso dos professores de um modo geral se eles aceitarem esse percentual agora, quando for em janeiro o piso terá um novo aumento e a categoria ficará excluída desse rejuste.” O que nós estamos pedindo é que realmente se cumpra a lei”, afirmou Nadja.
A professora disse também que o reajuste de 22,22 por cento foi concedido pela presidente Dilma e isso demonstra segundo ela que o se o percentual foi concedido é porque os estados e municipios tem condições de pagar.
“O governo federal dá o aumento e o governo estadual diz que não pode pagar. Isso significa uma irresponsabilidade do governo federal?” questiona.
O vereador Ailton Rios, lamentou a ausência de representantes do estado para participar do debate, o qual ele classificou como muito importante. Ele leu uma nota informativa publicada em jornais onde consta que está sendo incluído no Plano Nacional de Educação (P)NE), a destinação de um percentual de 10 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em políticas de educação durante um período de 10 anos.
Ele fez referências as informações do deputado Targino Machado de que existem Ongs recebendo milhões do governo do estado e principalmente o contrato da empresa do professor Jorge Portugal por cerca de R$ 1,5 milhão para realizar as aulas para os alunos do 3º ano do ensino médio.
Apesar da sessão não ter contado com a presença de um representante da Secretaria Estadual de Educação, o vereador Marialvo Barreto autor do requerimento que propôs a discussão diz que a ata vai ser encaminhada ao governador Jaques Wagner. " Seria bom que a Secretaria de Educação mandasse um representante para se tentar um acordo", afirmou.
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