quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Vice- presidente do Orfanato ACN diz que vai contestar decisão da justiça em suspender atividades da instituição

Ney Silva

A vice-presidente do Orfanato ACN, Telma Carneiro, informou na tarde de hoje (12), que vai contestar a decisão do juiz Valter Ribeiro Costa Junior, da Vara da Infância e da Juventude que determinou a suspensão por 90 dias das atividades da entidade. Ela disse que foi surpreendida com a notícia e não aceita os argumentos contidos na notificação judicial.

A dirigente do ACN anunciou que vai constituir um advogado e fazer defesa no prazo de 10 dias conforme estabelece o documento enviado pelo juiz Valter Ribeiro. Telma Carneiro esclarece que a entidade está aberta ao público para verificar como é seu funcionamento e como as crianças e adolescentes são atendidas. “ É preciso ver os programas que implementamos aqui em defesa dos direitos da convivência familiar”, afirmou.

Ela explicou que em recente visita ao ACN, técnicos do Ministério de Combate á Fome e da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social destacaram que a entidade é uma referência na Bahia na manutenção dos direitos da convivência familiar e comunitária. “ Nosso espaço é de primeiro mundo”, disse.

Telma Carneiro também não aceita a informação repassada pelo juiz de que existem crianças e adolescentes que passaram pelo ACN e agora estão se prostituindo, usando drogas ou roubando. “ Eu quero que ele mim diga o nome de uma dessas crianças”, desafiou.

Uma das explicações dadas pelo juiz Valter Ribeiro para suspender as atividades do ACN foi a não prestação de contas das atividades desenvolvidas pela entidade. Telma Carneiro também contesta esse argumento do magistrado. Segundo ela, a assistente social Rita Vitória tem em mãos cerca de 20 fichas de cadastros de crianças e adolescentes incluídos no projeto Família Melhor Abrigo, desenvolvido pelo orfanato.

Abrigando atualmente 49 crianças e adolescentes o Orfanato ACN, localizado no conjunto Feira IV tem estrutura invejável. Existem três casas duplex muito bem estruturadas que foram adquiridas com recursos de uma entidade de Luxemburgo. Foram investidos R$ 300 mil com a construção das unidades habitacionais. Cada uma tem capacidade para abrigar 10 crianças. Conta com cozinha, banheiros e quatro quartos.

Desespero

A notificação do juiz da Infância e da Juventude á direção do Orfanato ACN causou choro e desespero entre os internos. Vários deles entre 06 e 14 anos disseram não aceitar a transferência. Algumas das crianças estão na instituição desde os quatro ou cinco anos.

Bastante triste com a possibilidade de ser levado para outra entidade, Israel Almeida atualmente com 18 anos, tem emprego fixo, mas ainda mora no Orfanato. Ele informou que tem uma boa convivência com os demais internos. “ Eu cresci aqui. Tenho um bom histórico de vida e não gostaria de ir embora”, afirmou

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